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27 de novembro de 2013

Pensar menos, pensar melhor (2) - Dormir melhor, cansar menos


Uma pesquisa realizada pelo respeitado instituto de pesquisa IBOPE, divulgada em novembro de 2013, revelou que 98% dos brasileiros se sentem um pouco ou muito cansados mental e fisicamente. Entrevistaram 1.499 homens e mulheres, de 18 a 65 anos, que vivem em cidades brasileiras. Para 70% dos entrevistados, o ritmo acelerado da vida cotidiana e o estresse são as principais razões para isso. Devo admitir que dá para observar este mesmo fenômeno em muitos outros países.
Há quase 40 anos atrás, aprendi algo que trouxe uma mudança fundamental na minha vida. Percebi que a qualidade do sono é muito mais importante do que a quantidade de horas dormidas. Treinei-me para dormir 5 ou 6 horas em vez de 8 e passei a me sentir melhor. Desde aquela época, ganhei mais de 3 anos que teria gasto dormindo. Tenho usado esse tempo extra para fazer muitas coisas construtivas como, por exemplo, escrever este blog! Entendi também, que a qualidade dos pensamentos era a principal fonte de cansaço, se pudesse pensar menos e melhor, eu realmente teria mais energia.
Por exemplo, posso trabalhar solidamente durante 12 horas com alegria, dando os retoques finais a um trabalho criativo e não me tornar tão desgastado como quando estou preocupado ou lamentando algo. Definitivamente, experimentei que, através da prática da meditação, posso diminuir e até eliminar os pensamentos inúteis que induzem a fadiga.
Como parte da minha própria disciplina pessoal, comecei a levantar-me muito cedo para meditar e tirar proveito do que é chamado ‘amrit vela’ – as “horas de néctar” na Índia. É das 4 às 6 horas da manhã. Existe o silêncio máximo nessa hora, na maioria dos lugares do mundo. Antes de envolver-me no mundo da ação, defino meu estado interior e afirmo meu valor intrínseco. A seguir há um exemplo da determinação que fixo para mim mesmo:
“Aconteça o que acontecer durante o miríade de eventos do dia, irei manter a minha serenidade. Ninguém e nada irá tirar aquilo que eu sou. Sou basicamente um ser de paz, de amor e de contentamento. As pessoas serão como elas são. Eu não posso mudá-las. As situações virão como vierem. Não  tentarei controlá-las. Ao invés disso, controlarei  meu estado interior e através disso, influenciá-las positivamente. Os obstáculos são oportunidades para aprender”.
Ao praticar isso conscientemente, descobri que poderia passar através das cenas e cenários, observando tudo que era para observar e participando quando tinha que participar. Podia separar o essencial do inútil, e, assim, reduzir a quantidade de pensamentos. Desta forma, aprendi a cansar menos. O negócio não é desenvolver métodos para o descanso. É aprender a não cansar tanto.
(O próximo post: Pensar menos, pensar melhor – Parte 2)

Referência: O livro, A Última Fronteira

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