Uma pesquisa realizada pelo respeitado instituto de
pesquisa IBOPE, divulgada em novembro de 2013, revelou que 98% dos brasileiros
se sentem um pouco ou muito cansados mental e fisicamente. Entrevistaram 1.499
homens e mulheres, de 18 a 65 anos, que vivem em cidades brasileiras. Para 70%
dos entrevistados, o ritmo acelerado da vida cotidiana e o estresse são as
principais razões para isso. Devo admitir que dá para observar este mesmo
fenômeno em muitos outros países.
Há quase 40 anos atrás, aprendi algo que trouxe uma
mudança fundamental na minha vida. Percebi que a qualidade do sono é muito mais
importante do que a quantidade de horas dormidas. Treinei-me para dormir 5 ou 6
horas em vez de 8 e passei a me sentir melhor. Desde aquela época, ganhei mais
de 3 anos que teria gasto dormindo. Tenho usado esse tempo extra para fazer
muitas coisas construtivas como, por exemplo, escrever este blog! Entendi
também, que a qualidade dos pensamentos era a principal fonte de cansaço, se
pudesse pensar menos e melhor, eu realmente teria mais energia.
Por exemplo, posso trabalhar solidamente durante 12
horas com alegria, dando os retoques finais a um trabalho criativo e não me
tornar tão desgastado como quando estou preocupado ou lamentando algo.
Definitivamente, experimentei que, através da prática da meditação, posso
diminuir e até eliminar os pensamentos inúteis que induzem a fadiga.
Como parte da minha própria disciplina pessoal,
comecei a levantar-me muito cedo para meditar e tirar proveito do que é chamado
‘amrit vela’ – as “horas de néctar” na Índia. É das 4 às 6 horas
da manhã. Existe o silêncio máximo nessa hora, na maioria dos lugares do mundo.
Antes de envolver-me no mundo da ação, defino meu estado interior e afirmo meu
valor intrínseco. A seguir há um exemplo da determinação que fixo para mim
mesmo:
“Aconteça o que acontecer durante o miríade de
eventos do dia, irei manter a minha serenidade. Ninguém e nada irá tirar aquilo
que eu sou. Sou basicamente um ser de paz, de amor e de contentamento. As
pessoas serão como elas são. Eu não posso mudá-las. As situações virão como
vierem. Não tentarei controlá-las. Ao invés disso, controlarei meu
estado interior e através disso, influenciá-las positivamente. Os obstáculos
são oportunidades para aprender”.
Ao praticar isso conscientemente, descobri que
poderia passar através das cenas e cenários, observando tudo que era para
observar e participando quando tinha que participar. Podia separar o essencial
do inútil, e, assim, reduzir a quantidade de pensamentos. Desta forma, aprendi
a cansar menos. O negócio não é desenvolver métodos para o descanso. É aprender
a não cansar tanto.
(O próximo
post: Pensar menos, pensar melhor – Parte 2)
Referência: O livro, A Última Fronteira
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